terça-feira, 16 de julho de 2013

Candidez - Parte 2 (Kássio Rodrigues)



Quando me vi, sujismundo, vagante em plagas de outros.
Em outrora, era febril, esfriado pelo pano molhado.

Olho hoje, degusto minhas possibilidades
Sem entender, como vim parar aqui...

Como vim me esconder dentro de mim
Suo frio, mas não me deito mais
Canto grosso, mas não me aplaudo mais,

Visto linho, mas não mostro ao mundo meu personagens favoritos...
Engraxo de preto meu sapato, sem me preocupar em cair depois...

Outrora, fiz-me triste pela hora avançada que fazia o sol se esconder,
Fazia os desenhos no asfalto se esconderem também...
Fazia-me sono. Fazia-me indignado.

Hoje, o mesmo sol ainda se esconde, apagando no asfalto as alergias do dia.
Mas me rebuço em sinfonias de relaxamento, agradecendo a Deus pelo dia que findara.
Kássio Rodrigues

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Harmonia desafinada (Kássio Rodrigues)

Converse pouco. Converta-se muito.
Ande pouco. Desande ao muito.
Pisque pouco. Fique muito.
Beije devagar, antes do crepúsculo.

Voltar-te-á à cena do acontecido que te hipnotizou?
É certo que não. Então?
... Por que te refutas e não te acolhes
Um passado nu te engole, fazendo-te mole.

Certo, é o conserto do concerto.
Mas, não te podes deixar de concertar;
Podemos tocar e cantar juntos!
Mesmo que o mundo não nos assista.


Kássio Rodrigues