Em meu peito expõe-se o mundo:
Em fome, em anseio pela veracidade, em velhice sem idade.
É como um alarde de incêndio, por um fogo que não existe, nem deverás existir, pois não o conheço; quando em muito me almejo, me descarto num lampejo;
Me sabe a alva da alma que meu peito é o expoente de meu carma, carga de indignação; mas se concerta numa canção!
Canção da alma, convenção da vida, mentira acometida, verdade à revelia!
Sabem os bons que não quero o mal que faço! Mas, meus olhos são minha fé. Vivo numa eternidade que, mesmo num segundo, em meu peito expõe meu mundo.
Kassio Rodrigues
O mundo nas letras
''Tudo é dos outros, salvo a mágoa de o não ter.'' - Fernando pessoa - Desassossego
quinta-feira, 17 de novembro de 2016
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
Saudades
Saudades
E, mesmo estando lá o tempo todo, minha timidez do interior não a reconhecia. Tinham lábios vermelhos-sangue, olhos que sorriam e personalidade ávida. Um corpo desenhado à minha ignorância, mas puro que uma criança. Voltei à frente de sua presença; e sua pessoa estava tão presente, que não consegui ouvir sua voz. Ela dizia: "Eu, sem você, é como você sem mim. Case-se comigo, antes que não pareça tão bom pedido".
------------------------------------------- ---Faço, e confirmo-------------------------------------------------------
21:40 Horas.
São dias de tristeza. A imagem ao fundo da rua de minha casa, mostra a frieza do século XXI. Em pensar que era eu, menino magro que não se importava com minhas roupas, a frieza de meu derredor está mais iluminada que os vaga-lumes de 18 anos atrás. Os gastos com minha vaidade, vergonham minha aspirante responsabilidade.
Hoje, a solidão faz-se presente em meio à multidão. Minha candidez insalubre, de noites sós, não representam mais minha caminhada. Ficou meu exaspero. Minha sanidade contestou-se a si mesma. Faltou amor.
Boa noite, caro leitor. Nem sei mais o que escrever.
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
O que vi - Kássio Rodrigues

O que vi:
Vi de tudo nesta vida.
Não que a tenha vivido intensamente, ou que eu seja auto de data.
Sou quieto. Apesar de sempre ter considerado isso um defeito,
Vejo-me grande, mesmo que não o seja.
Vi o sol frio e a lua quente.
Vi nuvens densas em dias de pipa
Vi pessoas vazias se sentindo cheias
E, cheias, se sentindo vazias.
Vi cantos nobres em ruas escuras
Homens bons escondidos dos holofotes
Vi marchas firmes, em prol do nada
Mas também vi o nada tornando-se tudo
Vi o perdão triunfar em meio à guerra
A guerra perdoar mais que monges
Vi santos se contaminando
E contaminados tornando-se puros
Vi fortes se fazendo de fracos
Fracos se fazendo de fortes.
Pés delicados alçando duros chãos
Outros cascudos deliciando-se em massagens de areias do mar
Vi a morte triunfar sobre a vida
E a vida desbaratar a morte
Os avós aprendendo com os netos
Mas vi filhos tão quanto sem almas
De tudo que vi, nada vi; Tudo cri.
Às vezes sem ter,
Às vezes sem amar,
Às vezes sem andar
Mas tudo tive, tudo pude, tudo fiz.
O que não fiz não posso dizer que foi omissão.
Pois dum coração apaixonado, tudo pode se esperar
Menos ser intrometido.
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
Expoente, o vento - Salomão Moura
Se houvesse composições em meus sentimentos, tais se
ilustrariam pelo farfalhar de um vento invisível que se choca contra as
montanhas de pedras
Capaz de dilacerá-los pouco a pouco. A cada sopro fino,
esfarelando lentamente; ironicamente transformando grandes rochas em pequenos grãos
de areia que se misturam à sua forma
Transformando-se em um vento mais potente.
Se houvesse algum som em meus sentimentos, seria como um ruído
estridente de um pequeno redemoinho que sai da montanha para brincar nos campos
duma aldeia
Carregando consigo a poeira, folhas secas e outros
componentes de chão sujo; querendo ser mais do que ouvido.
Se houvesse composições em meus sentimentos, tais seriam com
a roda seca dum redemoinho
Que se une a outros mais belos; aos animais mais fortes e os
tempos mais misteriosos, sem entender a dor que causa a quem está em seu
interior
Mas que, pouco a pouco, sente a culpa pesada dentro de si.
Se houvesse algum som em meus sentimentos, seria como um
grito assustador de um furação que sente culpado por seu fracasso;
Por não poder ser o que era, pois se tornara amargo, a ponto
de se unir a ventos fracassados que não podem tocar o céu sem estar firmemente
pregados ao chão sujo,
Por destruir toda a vida à sua volta, pelo egoísmo de querer
ser grande.
Se houvesse composições em meus sentimentos, tais se
ilustrariam como um furação, que depois de horas vai expelindo aos poucos as
cinzas do que restou da sua destruição;
Abandonando tudo que despedaçou; entendo que nada daquilo
deveria fazer parte do seu interior, nem mesmo os ventos, dos quais se uniu.
Aos poucos vai jogando casas destroçadas, árvores
destruídas, animais mortos e tudo arrastou consigo, pelo mero prazer de
arranhar o céu.
Se houvesse algum som em meus sentimentos, seria como o som
de uma brisa fina, que se desloca de um furação reconhecendo sua simplicidade;
tristemente arrependido, depressivamente saudoso, que decide voltar às
montanhas que lhe acolheram, evitando machucar as rochas, antes feridas e amedrontadas,
temendo ser machucadas novamente pelo seu sopro irônico;
Seria com se o som de uma brisa fina que decide deixar as
montanhas pra sempre alegrar os moinhos de uma fazenda
Se pudesse comparar meus sentimentos, os compararia à brisa
que diverte os moinhos de uma fazenda, e, que balança as folhas de uma árvore,
dando vida e movimentos, que diverte pássaros
E as pipas que voam ao seu favor.
Que brinca com as folhas secas caídas, dando-lhes sensações
de vida própria, que brinca com a flor, levando longe seu perfume, que passa
pelas águas cristalinas e lhes dá o som perfeito
Que passa pela grama e lhes faz cócegas, que une a todo ser
que respira, permitindo-lhes a pureza do ar fresco, que abraça todas as pessoas
tristes ao seu redor, com leveza, secando lágrimas e proporcionando um arrepio
gostoso; arrancando deles um sorriso de esperança.
Uma brisa que, com o tempo, ganha o céu de presente e se
torna o vento mais puro e o mais forte de todos; capaz de dançar com as nuvens
e mudar suas formas; capaz de descer ao mar e sacudir suas águas mais pesadas
e, ajudar marinheiros a chegar em suas casas sem perigo. Um vento puro que
apesar de invisível, deixa saudades no coração de quem o sentiu.
terça-feira, 13 de agosto de 2013
Lisura - Kássio Rodrigues
Quando estivermos prontos, será como um despertar voluntário de domingo de manhã.
Quando a sorte obedecer o coração, será como uma brisa
minuano, acariciando o rosto e libertando os cabelos.
Será forte a minha alegria, e torpe a minha sensatez, porque
não o saberei.
Mas, não o quero saber. Quero você. E, para mim, é um
objetivo de vida.
Resta-me te amar. E, como o próprio verbo em questão diz, independe
se me amas também.
Como reza a lisura da alma, tem-se que, é melhor amar assim a
não valorizar-te quando te tenho.
Se ainda te tenho, deixe-me ao menos, sonhar com o nosso
amor.
Kássio Rodrigues
terça-feira, 16 de julho de 2013
Candidez - Parte 2 (Kássio Rodrigues)
Quando me vi, sujismundo, vagante em plagas de outros.
Em outrora, era febril, esfriado pelo pano molhado.
Olho hoje, degusto minhas possibilidades
Sem entender, como vim parar aqui...
Como vim me esconder dentro de mim
Suo frio, mas não me deito mais
Canto grosso, mas não me aplaudo mais,
Visto linho, mas não mostro ao mundo meu personagens favoritos...
Engraxo de preto meu sapato, sem me preocupar em cair depois...
Outrora, fiz-me triste pela hora avançada que fazia o sol se esconder,
Fazia os desenhos no asfalto se esconderem também...
Fazia-me sono. Fazia-me indignado.
Hoje, o mesmo sol ainda se esconde, apagando no asfalto as alergias do dia.
Mas me rebuço em sinfonias de relaxamento, agradecendo a Deus pelo dia que findara.
Kássio Rodrigues
Em outrora, era febril, esfriado pelo pano molhado.
Olho hoje, degusto minhas possibilidades
Sem entender, como vim parar aqui...
Como vim me esconder dentro de mim
Suo frio, mas não me deito mais
Canto grosso, mas não me aplaudo mais,
Visto linho, mas não mostro ao mundo meu personagens favoritos...
Engraxo de preto meu sapato, sem me preocupar em cair depois...
Outrora, fiz-me triste pela hora avançada que fazia o sol se esconder,
Fazia os desenhos no asfalto se esconderem também...
Fazia-me sono. Fazia-me indignado.
Hoje, o mesmo sol ainda se esconde, apagando no asfalto as alergias do dia.
Mas me rebuço em sinfonias de relaxamento, agradecendo a Deus pelo dia que findara.
Kássio Rodrigues
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