''Tudo é dos outros, salvo a mágoa de o não ter.'' - Fernando pessoa - Desassossego
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
PEGADAS (Kássio Rodrigues)
Um vento minuano acariciava seu rosto, e lhe tampavam as vistas à medida que andava, por causa de seus cabelos encaracolados. Primeiro, quis sentir nos pés o gelado da água marítima, que dançava em ritmos beethovenianos; para lá e par cá. Seduzindo sua língua a provar o gosto dela; assim o fez, mas se arrependeu, pois o gosto não combinava com sua bela cor. Ao Longe, era possível ouvir o ''Tsiiii'' do sol se esfriando na água. Uma ousada onomatopeia do destino, que lhe causavam vastas imaginações às tardes no por-do-sol. Ainda andando em linha horizontal, o silêncio era mantido pela própria natureza, porque mesmo sendo uma sinfonia de várias faunas e floras, elas de tangiam formando uma espécie de ''música para os meus ouvidos''. Apartando dois metros andando ''em forma de caranguejo'', seus pés se deliciavam com ''cosquinhas'' delicadas da areia ainda quente. Enquanto o quente sol se escondia no mar, a fria lua tomava frente; parecia manchada ou furada, mas sua frieza traz calor, assim como o sol, que no seu calor, traz frieza ao coração dos homens cegos. Ao longe, lá estava seu coração; em formato e singeleza de alma, cantando e assinalando paixões no ar. Encontrar-se assim, é como um sonho. Acordar assim, não vale a pena.
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